Paramahansa Yogananda

Nascido em 5 de janeiro de 1893 na cidade de Gorakpur, nordeste da índia, com o nome de Mukunda Lal Gosh, Paramahansa Yogananda teve sua missão no mundo profetizada pelo grande iluminado, Mahavatar Babaji, e seu principal discípulo, Lahiri Mahasaya. Mahasaya, ao ver o pequeno Mukunda pela primeira vez, disse a sua mãe, "Teu filho será um grande Togue. Tal qual uma locomotiva espiritual, ele conduzirá muitas almas ao reino de Deus".

Desde pequeno, apesar de parecer uma criança comum, Mukunda tinha muitas lembranças de existências passadas, no Himalaia, quando vivia junto de iluminados que renunciaram ao mundo para se dedicar unicamente ao Criador. Com o passar dos anos, já um adolescente, o jovem esteve com Mahasaya e ouviu do sábio uma espécie de profecia, indicando que ele faria uma viagem para a América com o propósito de divulgar a antiga ciência do Kriya Yoga ao Ocidente.

Aguardando esse dia com ansiedade, Mukunda passou a viver em função de encontrar seu próprio mentor espiritual. Ainda bem jovem, por várias vezes ele abandonou a casa dos pais para visitar santos em cidades distantes, desejando ser iniciado e experimentar a bem-aventurança da comunhão com Deus. Suas viagens o levaram a vários iluminados, que sempre lhe diziam para aguardar o momento certo, quando seu guru, apontado por Deus, surgiria para guiá-lo. Mas as várias tentativas de fuga começaram a preocupar o irmão mais velho e o pai, pois ambos tinham medo de que ele abandonasse o mundo e a possibilidade de uma carreira próspera para se tornar um mendicante.

Em 1917, durante uma de suas fugas para o eremitério Mahamandal, em Benares - sua primeira tentativa de ingressar numa rígida ordem monástica, Mukunda finalmente chegou aos pés do mestre que tanto esperava. O encontro dos dois está assim descrito no clássico Autobiografia de um Togue, escrito pelo próprio Yogananda: "Enquanto Habu (um sacerdote) e eu prosseguíamos, voltei a cabeça para uma viela estreita e insignificante. Um homem que se assemelhava a Cristo, com a veste de cor ocre dos swamis, permanecia imóvel no fim da viela. Pareceu-me instantaneamente, e há muito tempo, familiar. `Você está confundido esse monge errante com alguém conhecido´, pensei. ‘Sonhador, continue seu caminho’.

Dez minutos depois, senti em meus pés uma dormência pesada. Laboriosamente, dei meia volta; meus pés reconquistaram a normalidade. Voltei-me na direção oposta; de novo, o curioso peso me oprimiu. ‘O santo está me atraindo magneticamente!’.

Era Swami Sri Yukteswar. Mestre e discípulo manifestaram profundo amor e reconhecimento mútuo, sentindo que a vida reaproximava suas almas há muito separadas. A ansiedade de Mukunda chegara ao fim - após longos anos de procura, ele finalmente encontrou abrigo nas bênçãos de seu Mestre.

Yogananda deu início à missão de sua vida fundando uma escola para meninos, em 1917, na qual modernos métodos educacionais eram combinados a treinamentos em Yoga e instruções sobre os princípios básicos para se viver uma vida feliz e em comunhão com o espírito. Visitando a escola alguns anos depois, Mahatman Ghandi escreveu: "Esta instituição me impressionou profundamente".

Em 1920, o ainda jovem swami recebeu um convite para viajar ao Ocidente e, como delegado da índia, participar de um congresso internacional de líderes religiosos, em Boston, EUA. Inseguro porque não falava bem o inglês, Yogananda perguntou a Sri Yukteswar se deveria ir. "Todas as portas estão abertas para você", o mestre respondeu. "É agora ou nunca!" Chegando à América, seu discurso no congresso, cujo tema era A Ciência da Religião, foi recebido com tanto entusiasmo que ele foi convidado a dar uma série de outras palestras em diversas cidades americanas. Alguns meses depois, Yogananda fundou uma organização que chamou de Self-Realization Fellowship (Fraternidade da Auto-Realização), destinada a disseminar os ensinamentos e filosofia do Yoga para o mundo.

Quando retornou da índia aos EUA, Paramhansa Yogananda começou a retirar-se das atividades no mundo e diminuir suas turnês para se dedicar aos escritos que levariam sua mensagem à posteridade. A história de sua vida, relatada no livro Autobiografia de um Yogue, foi publicada em 1946 e, desde então, tornou-se um verdadeiro clássico do espiritualismo moderno, indicado como material de estudo em inúmeras universidades. Um best-seller perene, o livro jamais teve sua publicação interrompida desde a primeira edição, e foi traduzido para dezoito idiomas em todo o mundo.

A missão conferida a Yogananda por seus Mestres foi cumprida à risca e com perfeição, inclusive na hora da sua derradeira partida, quando ele demonstrou o poder do Yoga sobre a morte numa ação milagrosa, equiparada a dos maiores santos que já visitaram a Terra.

No dia 7 de março de 1952, convidado de honra em um banquete em homenagem ao embaixador da índia, Binay R. Sen, em Los Angeles, Yogananda proferiu um inspirado discurso, relatando fatos pitorescos de sua vinda aos Estados Unidos. Em seguida, recitando o poema Minha Índia, o mestre ergueu os olhos para o ponto entre as sobrancelhas e abandonou o corpo, entrando em mahasamádhi - a última vez em que um iluminado deixa sua forma física conscientemente.

Seu corpo ficou sendo velado em um retiro espiritual durante quase um mês, aguardando a chegada de devotos indianos. Em seu rosto podia ser visto um leve sorriso.

Vinte dias depois do desprendimento físico, seu corpo continuava sem qualquer indíciode decomposição. Sua face permaneciainalterada, exalando "o divino esplendor da incorruptibilidade".

Em 1977, no vigésimo-quinto aniversário de mahasamadhi de Yogananda, o governo indiano emitiu um selo comemorativo em sua honra. Junto com o selo, o governo publicou um folheto, no qual havia o seguinte trecho: "Os ideais de amor a Deus e de serviço à humanidade manifestaram-se plenamente na vida de ParamhansaYogananda (...) Embora tenha passado fora da Índia a maior parte de sua vida, seu lugar é entre os nossos grandes santos. Sua obra continua a crescer e a luzir cada vez mais, sempre com maior brilho, levando pessoas de todos os recantos para o caminho da peregrinação em busco do Espírito".

Revista Sexto Sentido. Número 36
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Um comentário:

Anônimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado

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