Mandukya Upanishad

A SÍLABA OM, que é o imperecível Brahman, é o Universo. Seja o que for que já enha existido, seja o que for que exista, seja o que for que vá existir daqui para diante, é OM. E seja o que for que transcenda o passado, o presente e o futuro, também é OM.

Tudo o que vemos exteriormente é Brahman. Esse Eu que está no interior é Brahman.
Esse Eu, que é uma coisa só com OM, possui três aspectos, e, além desses três, diferente deles e indefinível - O Quarto.

O primeiro aspecto do Eu é a pessoa universal, o símbolo coletivo dos seres criados, na sua natureza física - Vaiswanara. Ele está desperto, e está consciente apenas dos objetos exteriores. Ele possui sete membros. Os céus são a sua cabeça, o Sol, os seus olhos, o ar, o seu alento, o fogo, o seu coração, a água, o seu ventre, a terra, os seus pés, e o espaço, o seu corpo. Ele possui dezenove instrumentos de conhecimento: cinco órgãos do sentido, cinco órgãos de ação, cinco funções de respiração, junto com a mente, o intelecto, o coração e o ego. Ele é o que desfruta os prazeres dos sentidos.

O segundo aspecto do Eu é a pessoa universal na sua natureza mental Taijasa. Ele tem sete membros e dezenove instrumentos de conhecimento. Sonha, e está consciente somente dos seus sonhos.


Nesse estado, ele é o que desfruta das impressões sutis, na mente, das ações que realizou no passado.

O terceiro aspecto do Eu é a pessoa universal no sono sem sonhos Prajna. Ele não onha. Ele é sem desejo. Como a escuridão da noite cobre o dia, e o mundo visível parece desaparecer, assim, no sono sem sonhos, o véu da inconsciência envolve seu pensamento e conhecimento, e aparentemente as impressões sutis desaparecem da sua mente. Como ele não experimenta discórdia nem ansiedade, é considerado abençoado, é o que experimenta a bem-aventurança.

Prajna é o senhor de tudo. Ele conhece todas as coisas. Ele é aquele que habita o coração de todos.

Ele é a origem de tudo. Ele é o fim de tudo.

O Quarto, dizem os sábios, não é uma experiência subjetiva, nem uma experiência objetiva, nem uma experiência intermediária entre essas duas, nem é uma condição negativa que não é nem consciência e nem inconsciência. Não é o conhecimento dos sentidos, nem é o conhecimento relativo, e nem o conhecimento inferido. Além dos sentidos, além da compreensão, além de toda expressão, está O Quarto.

Ele é pura consciência unitária, onde a percepção do mundo e da multiplicidade é completamente eliminada. Ele é a paz indefinível. Ele é o bem supremo. Ele é o Um sem segundo. Ele é o Eu. Conhecei apenas a ele!

Esse Eu, além de todas as palavras, é a sílaba OM. Essa sílaba, embora indivisível, consiste em três letras: A-U-M.

Vaiswanara, o Eu como a pessoa universal no seu ser físico, corresponde à primeira letra - A.

Quem quer que conheça Vaiswanara obtém aquilo que deseja, e se torna o primeiro entre os homens.

Taijasa, o Eu como a pessoa universal no seu ser mental, corresponde à segunda letra - U. Taijasa e a letra U se situam no sonho, entre o acordar e o dormir. Quem quer que conheça Taijasa cresce em sabedoria, e é altamente honrado.

Prajna, o Eu como a pessoa universal no sono sem sonhos, corresponde à terceira letra - M. Ele é a origem e o fim de tudo. Quem quer que conheça Prajna conhece todas as coisas.

O Quarto, o Eu, é OM, a sílaba indivisível. Esta sílaba é impronunciável, e está além da mente.

Nela, o Universo múltiplo desaparece. Ela é o bem supremo - Um sem segundo. Quem quer que conheça OM, o Eu, torna-se o Eu.

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