Krishnamacharya

O Hatha Yoga como conhecemos hoje em dia teve muita influência de Krishnamacharya. Nós poderíamos dizer que 80% da prática do hatha como conhecido no ocidente veio dele.
De acordo com as entradas de seus diários feitos perto do fim de sua vida ele iniciou seus estudos de Yoga com seu pai aos cinco anos de idade, aprendendo um estilo familiar. Sua família descendia de um nátha-siddha conhecido como Nathámuni. Então seu primeiro contato com o hatha foi ao estilo nátha. Neste período ele também iniciou com seu pai o estudo dos Sútras de Pátañjali.

Na adolescência, após a morte de seu pai, ele aprendeu de um swami da linhagem de Sivananda 24 ásanas. Após praticar por algum tempo se aperfeiçoando, aos 16 anos ele empreendeu uma peregrinação ao santuáio de seu antepassado, Nathámuni. Lá ele teve uma experiência mística que marcaria sua carreira como yogi. Fora uma espécie de visão. Ele contava que no portal do templo um ancião lhe fazia sinais, apontando para uma mangueira. Ele caminhou até a árvore e exausto caiu em sono aos seus pés. Quando se levantou, três yogis estavam ali reunidos e seu ancestral, Nathámuni, estava no meio. Krishnamacharya prostou-se aos seus pés e pediu instruções. Ele conta que por horas Nathámuni lhe transmitiu o ‘Yogarahasya’ (Segredos do Yoga), um texto perdido há mais de cem mil anos. De memória, Krishnamacharya transcreveu o texto posteriormente.


Após sua experiência ele continuou suas práticas através de textos e ensinamentos que recebia de um yogi ou outro enquanto se dedicava aos estudos nas disciplinas clássicas da Índia. Um dia, quando praticava ásanas no gramado dos jardins da universidade que cursava, um de seus professores se aproximou e o instigou a procurar um mestre de Hatha Yoga que vivia isolado em uma caverna com três filhos e a esposa. Ele se chamava Shrí Ramamohan Bramachari. Vale lembrar que neste período o hatha ainda era muito marginalizado. Krishnamacharya estudou com este mestre por sete anos. Seu áchárya o ensinou a maestria nas práticas do hatha. Ele desenvolveu proficiência em não menos que três mil ásanas, desenvolvendo siddhis como parar sua pulsação, levantar objetos extraordinariamente pesados com os dentes, parar carros em movimento com a força de seus braços. Estes siddhis ele demonstrou publicamente a fim de promover a disseminação do yoga em suas palestras, conferencias e demonstrações.


Ele seguiu as instruções de seu áchárya: 1. promulgar o Yoga; e 2. constituir uma família. Ao contrário da tradição do Hatha Yoga, que naquele tempo era marginalizado, onde os yogis se retiravam para cavernas e florestas a fim de praticar e ensinar esta ciência, não tendo lar ou família, Krishnamacharya voltou a sua cidade natal e começou a dar aulas. Honrando a segunda recomendação de seu áchárya, ele casou-se. Ele queria que Krishnamacharya aprendesse a vida em família, ensinando um Yoga que pudesse beneficiar os chefes de família modernos.


Mesmo não atribuindo a si mesmo as inovações que promoveu, seus ensinamentos foram disseminados pelo globo. O que conhecemos hoje como Viniyoga, Ashtánga Vinyasa Yoga, Iyengar Yoga e etc. é fruto de seus ensinamentos que por sua vez foram formados por uma intricada rede de influências que recebeu desde a sua infância.




Om Shiva.

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